quinta-feira, 17 de junho de 2010

Trabalho voluntário transforma escola e estimula os alunos

Ao assumir a direção da Escola Aurora Pedroso de Camargo, em Dourados, no Mato Grosso do Sul, em janeiro de 2009, a professora Denize de Moura Martins colocou em prática seus planos para aperfeiçoar a instituição. Embora estivessem no período de férias, ela e um grupo de pais trabalharam muito, durante cerca de um mês, pintando salas, arrumando o jardim e construindo rampas de acesso.

Quando as aulas recomeçaram foi uma surpresa: a escola estava renovada. “Que transformação! Os alunos gostaram, os pais amaram e os professores se apaixonaram”, conta Denize. Segundo ela, que é pedagoga e se dedica ao magistério desde 1993, os professores, antes desanimados com o comportamento dos alunos e a falta de material, ficaram entusiasmados com a mudança ocorrida. Todos decidiram, então, que as melhorias na escola deveriam ter continuidade. Os recursos para isso são obtidos com a realização de festas beneficentes.

“Estamos transformando a escola a cada dia”, diz Denize, que vinha exercendo a coordenação pedagógica da Escola Aurora, desde o ano 2000, período em que aproveitou para identificar as mudanças mais necessárias. Quando ela assumiu, a escola tinha 650 alunos da educação infantil e ensino fundamental. Atualmente são 725 matriculados. “Só de escolas particulares vieram 25 estudantes, em 2010. Foi uma demanda muito grande”, salienta Denize, para quem “o que se faz, é preciso fazer bem feito e com amor”.

De acordo com a professora Márcia Sueli Figueiredo, do quarto ano do ensino fundamental, pós-graduada em psicopedagogia, as melhorias ocorridas na escola, tanto físicas quanto pedagógicas, provocaram um aumento no rendimento escolar. “Hoje temos alunos interessados, participativos, comprometidos com os estudos e assíduos. As estatística confirmam esse crescimento”, salienta Márcia, que trabalha há 23 anos no magistério e há 21 anos nessa escola.

Em 2008, a taxa de aprovação entre alunos do primeiro ao quinto ano foi de 70%, e entre os do sexto ao nono ano, de 52,5%. Em 2009, o percentual de aprovados entre o alunado do primeiro ao quinto ano chegou a 77,83%; entre os estudantes do sexto ao nono ano atingiu o total de 82,51%.

“Observou-se também um grande entusiasmo dos alunos em participar das atividades propostas pela escola, na conservação dos bens físicos, na disciplina e, principalmente, na demonstração de orgulho de serem apontados como alunos da Escola Aurora”, destaca Marcia. Em sua opinião, entre as principais mudanças pedagógicas ocorridas na Escola Aurora estão: os projetos de leitura e música; implantação da horta, que complementa a merenda escolar; cursos de capacitação para os professores; reforma da biblioteca existente, com espaço físico para a educação infantil, e parcerias com universidades.

Todos pela Escola - Quanto ao aspecto físico, Márcia cita, como principais aprimoramentos, a reforma da escola, com pintura e construção de calçadas; a criação de duas novas salas de aulas, reaproveitando espaços ociosos; a construção de um bicicletário com área específica e protegida; a revitalização da parte visual, com ajardinamento, cascata com peixes; além de estacionamento privativo para professores e funcionários.

“Os Amigos da Escola trabalharam muito durante as reformas e ainda continuam trabalhando. A Escola Aurora hoje trabalha em equipe: todos pela escola”, salienta.

Para a professora Reassilva Stein Quast, que dá aulas do sexto ao nono ano do fundamental, os alunos estão mais participativos, receptivos e calmos. “Por ter diminuído a indisciplina, o aproveitamento dos alunos durante as aulas é maior, o que repercute em melhor aprendizado e pode ser observado por meio das notas”, diz Reassilva, que é formada em história, com especialização em história do Brasil e está no magistério há 12 anos, cinco dos quais nessa instituição.

Na opinião da professora Rosana Sandri Frantz, de educação artística, que leciona do segundo ao nono ano, as mudanças realizadas nas dependências físicas da escola foram muito significativas e proporcionaram aos alunos maior motivação. “Ser aluno do Aurora, hoje, implica também ter direitos e obrigações e querer não parar de crescer”, acredita Rosana, que tem especialização em história da arte e está há 20 anos no magistério, sete deles no Aurora.

Fonte: Ministério da Educação, por Fátima Schenini

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