sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Reforma em suaves prestações


Caixa lança linha de crédito para quem quer ajeitar a casa sem se apertar. Empréstimo de até R$ 10 mil pode ser pago em 24 meses nas lojas credenciadas. Dicas de especialistas orientam consumidores a negociar na hora das compras


A Caixa Econômica Federal lançou ontem linha de crédito para compra de material de construção nas lojas varejistas. O prazo do financiamento — oferecido em parceria com a Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção) — é de até 24 meses, com valor máximo por compra de R$ 10 mil e taxa média de juros de 3,5% ao mês, conforme O DIA antecipou no sábado. Se houver muita procura, os recursos poderão ser ampliados em até R$ 1 bilhão. Inicialmente, serão 100 lojas cadastradas, mas a meta é de, pelo menos, 2 mil estabelecimentos no País ofereceram a linha.

Para levar material de construção, Márcia foi a várias lojas e escolheu a Rosamate, negociando direto com o dono

Não vão faltar interessados. Mas, com tantas ofertas e condições de pagamento diferenciadas ao alcance das mais diferentes faixas de renda, fazer compras, hoje, requer paciência e até grande habilidade de negociação por parte do consumidor. Agindo assim, ele pode sair ganhando, mesmo ao gastar.

Moradora da Ilha do Governador, a servidora Márcia Helena Finatti Lima é controlada. Paciente, ela prefere esperar a se endividar e evita pedir financiamentos. “Avalio sempre o custo-benefício. Às vezes, não adianta comprar o artigo mais barato, porque perde-se em qualidade”, conta Márcia, que acaba de inaugurar a área de lazer de sua casa, reformada à base de muita negociação.

“Pechincho e pergunto sobre todas as condições de pagamento. Não pago juros jamais, quanto mais em cartão. E não me iludo com marcas”, afirma a servidora. Para fazer a obra, ela foi a mais de três lojas e seguiu regra recomendada pelo economista Marcos Crivelaro: argumentou direto com o dono. “Quando o vendedor não cede, tem que subir um degrau”, diz Crivelaro. “Comprei na que me vendeu mais barato, a Rosamate. Mas isso requer uma peregrinação”, descreve Márcia.

Segundo Cláudio Conz, presidente da Anamaco (Associação Nacional dos Comerciantes de Material de Construção), não é preciso ser correntista do banco. O consumidor terá crédito aprovado na hora e liberação do carnê. Pesquisa, com 8 mil consumidores encomendada pela associação revelou que pelo menos 30% dos entrevistados precisam fazer algum tipo de reforma.

Associação Brasileira da Indústria de Materiais de Construção (Abramat) anunciou previsão de crescimento de 15,7% nas vendas em 2010. De janeiro a outubro deste ano, as vendas caíram 14,81% em relação a mesmo período de 2008.

Pesquisar antes de gastar

Nas compras pela Internet, o consumidor também deve comparar preços e taxas embutidas, como a de entrega. Gilberto Braga ressalta que os produtos, nesse caso, são mais baratos porque a transação eletrônica não embute custos com loja. Os produtos saem direto dos centros de distribuição para a casa do cliente. Mas a dica é ver o item na loja de rua correspondente à on-line: “O ideal é buscar sites de grandes redes, que existem fisicamente, e estar atento ao selo de autenticação que aparece na conclusão da compra”, diz o consultor.

Não levar nada de primeira é mais uma recomendação. Pesquisar preços e características de produtos assemelhados e, principalmente, pedir orçamento por escrito, ainda que no cartão da loja, é fundamental para barganhar e fazer o dinheiro esticar.

A listinha é aliada importante, especialmente para os menos controlados nos gastos. É tanta oferta e apelo visual que o cliente pode ser induzido a levar itens sem a menor importância naquele momento. A dica serve ao supermercado, à papelaria ou ao shopping.

Muitos descontos, na verdade, maquiam sobrepreço nos produtos

Lojista não dá desconto à vista. A verdade é que ele tira o que acrescentou ao preço para compensar as taxas que paga às administradoras de cartões, seja débito ou crédito.

Segundo o economista Gilberto Braga, do Ibmec, há sempre margem para pedir condições mais atrativas ou até redução nos valores: “Dependendo do volume comprado, é possível obter parcelamento maior”.

O economista Marcos Crivelaro destaca que preço dividido em duas vezes é considerado pagamento à vista por grande parte dos estabelecimentos, ainda mais se a compra tiver valor alto. “E algumas operadoras de cartão parcelam o total à vista sem acréscimo”, lembra ele.

Outro aspecto é a questão de reciprocidade. Algumas lojas aceitam mais de um cartão de crédito que permitem condições diferenciadas, dependendo da administradora. “O preço tem que ser igual para todos. A forma de pagamento é que é diferente”, diz Gilberto Braga.


Fonte: O Dia Online, por Leila Souza Lima

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